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Hipertensão arterial

(Hipertensão arterial)

Por

George L. Bakris

, MD, University of Chicago School of Medicine

Revisado/Corrigido: set 2023
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Pressão arterial elevada (hipertensão) é a pressão persistentemente alta nas artérias.

  • Com frequência, a causa da hipertensão arterial não pode ser identificada, mas, às vezes, ela ocorre como resultado de um distúrbio subjacente dos rins ou um distúrbio hormonal.

  • A obesidade, o sedentarismo, o estresse, o tabagismo e quantidades excessivas de álcool ou sódio (sal) na dieta podem desempenhar um papel no desenvolvimento da hipertensão arterial em pessoas que têm uma tendência hereditária para desenvolvê-la.

  • Na maioria das pessoas, a hipertensão arterial não causa sintomas.

  • Os médicos fazem o diagnóstico após medirem a pressão arterial em duas ou mais ocasiões.

  • As pessoas são aconselhadas a perder peso, parar de fumar e a reduzir a quantidade de sódio e gorduras em sua dieta.

  • São administrados medicamentos anti-hipertensivos.

Existem muitas pessoas que associam a palavra hipertensão a tensão excessiva, nervosismo ou estresse. Em termos médicos, hipertensão refere-se à pressão arterial persistentemente alta, independentemente da causa. Como normalmente ela não causa sintomas durante muitos anos, até um órgão vital ser lesionado, a hipertensão arterial é chamada de “assassina silenciosa”. A hipertensão arterial não controlada aumenta o risco de problemas como acidente vascular cerebral Considerações gerais sobre o acidente vascular cerebral Um acidente vascular cerebral ocorre quando uma artéria que irriga o cérebro é bloqueada ou se rompe, resultando na morte de uma área do tecido cerebral devido à perda do suprimento sanguíneo... leia mais , aneurisma Considerações gerais sobre aneurismas aórticos e dissecção aórtica A aorta, que tem cerca de 2,5 cm de diâmetro, é a maior artéria do corpo. Ela recebe sangue rico em oxigênio do ventrículo esquerdo do coração e o distribui para todo o corpo, exceto para os... leia mais , insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca (IC) Insuficiência cardíaca é um distúrbio em que o coração não consegue suprir as necessidades do corpo, causando redução do fluxo sanguíneo, refluxo (congestão) de sangue nas veias e nos pulmões... leia mais Insuficiência cardíaca (IC) , ataque cardíaco Considerações gerais sobre a doença arterial coronariana (DAC) A doença arterial coronariana é um quadro clínico no qual o suprimento de sangue para o músculo cardíaco é bloqueado parcial ou completamente. O músculo cardíaco precisa de um fornecimento constante... leia mais Considerações gerais sobre a doença arterial coronariana (DAC) e doença renal crônica Doença renal crônica A doença renal crônica é uma diminuição lenta e progressiva (durante meses ou anos) da capacidade dos rins de filtrar os resíduos metabólicos do sangue. As causas principais são diabetes e pressão... leia mais .

Quase metade dos adultos nos Estados Unidos tem hipertensão arterial. Muitas pessoas não sabem que têm hipertensão arterial. Cerca de 80% dos adultos com hipertensão arterial receberam recomendação de tratamento, mas apenas cerca da metade deles recebe de fato o tratamento.

A hipertensão arterial ocorre mais frequentemente em adultos negros não hispânicos (58%) comparado a 49% dos adultos brancos não hispânicos e 45% dos adultos asiáticos não hispânicos ou 39% dos adultos hispânicos. A hipertensão arterial ocorre com mais frequência em adultos mais velhos – em cerca de dois terços das pessoas com mais de 65 anos de idade. Pessoas que têm pressão arterial normal aos 55 anos têm 90% de chance de desenvolverem hipertensão em algum momento de suas vidas. A hipertensão arterial é duas vezes mais comum em pessoas com obesidade do que em pessoas sem obesidade.

Destaque para Idosos: Hipertensão arterial

As alterações decorrentes do envelhecimento podem contribuir para a hipertensão arterial sem causa conhecida (hipertensão primária). Ao envelhecer, as grandes artérias gradualmente se enrijecem e as pequenas artérias podem ficar parcialmente bloqueadas. Alguns estudiosos acreditam que esse enrijecimento combinado com o estreitamento de pequenas artérias pode explicar, em parte, por que a pressão arterial aumenta com a idade.

Quando a pressão arterial é aferida, dois valores são registrados. O valor mais alto reflete a maior pressão nas artérias, que é alcançada quando o coração se contrai (chamado sístole). O valor mais baixo reflete a menor pressão nas artérias, que é atingida pouco antes de o coração começar a se contrair novamente (chamado diástole). A pressão arterial é registrada como pressão sistólica/pressão diastólica — por exemplo, 120/80 mm Hg (milímetros de mercúrio). Esse resultado é lido como “120 por 80”.

Classificação da pressão arterial

A pressão arterial em adultos é classificada como pressão arterial normal, elevada, hipertensão em estágio 1 (leve) ou hipertensão em estágio 2.

No entanto, quanto mais elevada for a pressão arterial, maiores serão os riscos de complicações — mesmo dentro do intervalo de pressão arterial normal — então, esses limites são algo arbitrário.

Uma emergência hipertensiva é uma pressão arterial sistólica maior que 180 mmHg e/ou diastólica maior que 120 mmHg, mas que ainda não danificou nenhum órgão de modo perceptível para a pessoa ou para o médico. A emergência hipertensiva geralmente não causa sintomas.

A emergência hipertensiva é uma forma de hipertensão arterial particularmente grave. A pressão arterial sistólica é de ao menos 180 mmHg e a diastólica é de ao menos 120 mmHg, e há evidências de lesão progressiva em um ou mais órgãos vitais (em geral, cérebro, coração e rins), geralmente acompanhada de uma variedade de sintomas. Caso não seja tratada, a emergência hipertensiva pode ser fatal.

Tabela

Classificação da pressão arterial em adultos*

Classificação

Pressão arterial (mm Hg)

Pressão arterial normal

inferior a 120/80

Pressão arterial elevada

120-129/menos de 80

Hipertensão arterial em estágio 1

130-139 (pressão arterial sistólica)

ou

80-89 (pressão arterial diastólica)

Hipertensão arterial em estágio 2

140 (pressão arterial sistólica) ou superior

ou

90 (pressão arterial diastólica) ou superior

* Pessoas com pressões arteriais sistólicas e diastólicas situadas em categorias diferentes são classificadas na categoria de pressão arterial mais elevada.

As informações baseiam-se nas Diretrizes para a prevenção, detecção, avaliação e controle de hipertensão arterial em adultos, de 2017, divulgadas pelo Colégio Americano de Cardiologia (American College of Cardiology) e a Associação Americana do Coração (American Heart Association).

Controle da pressão arterial pelo corpo

O corpo possui muitos mecanismos para controlar a pressão arterial. O corpo pode alterar

  • A quantidade de sangue que o coração bombeia

  • O diâmetro das artérias

  • O volume de sangue na corrente sanguínea

Para aumentar a pressão arterial, o coração pode bombear mais sangue bombeando com mais força ou mais rapidamente. As pequenas artérias (arteríolas) podem se estreitar (constrição), forçando o sangue de cada batimento cardíaco a passar através de um espaço mais estreito do que o normal. Uma vez que o espaço nas artérias é mais estreito, o fato de a mesma quantidade de sangue passar através delas aumenta a pressão arterial. As veias podem se contrair para reduzir sua capacidade de reter sangue, forçando a entrada de maior quantidade de sangue nas artérias. Consequentemente, a pressão arterial aumenta. Podem ser adicionados líquidos à corrente sanguínea para aumentar o volume de sangue e, assim, aumentar a pressão arterial.

Para reduzir a pressão arterial, o coração pode bombear com menos potência ou rapidez, as arteríolas e as veias podem se distender (dilatar) e o líquido pode ser eliminado da corrente sanguínea.

Esses mecanismos são controlados pela rede simpática do sistema nervoso autônomo Sistema nervoso autônomo O sistema nervoso periférico é composto por mais de 100 bilhões de células nervosas (neurônios) que percorrem todo o organismo como cabos, fazendo a ligação entre o cérebro e outras partes do... leia mais (a parte do sistema nervoso que regula os processos internos do corpo e que não requer nenhum esforço consciente) e pelos rins.

A rede simpática utiliza vários meios para aumentar temporariamente a pressão arterial durante a resposta de luta ou fuga (reação física do corpo a uma ameaça).

Hipertensão arterial
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Os rins também respondem diretamente a alterações na pressão arterial. Quando a pressão arterial aumenta, os rins aumentam a excreção de sódio e água para que o volume de sangue diminua e a pressão arterial retorne ao normal. Por outro lado, quando a pressão arterial diminui, os rins diminuem a excreção de sódio e água para que o volume de sangue aumente e a pressão arterial retorne aos valores normais. Os rins podem aumentar a pressão arterial através da secreção da enzima renina, que, por fim, resulta na produção do hormônio angiotensina II.

A angiotensina II ajuda a aumentar a pressão arterial ao

  • Causar a constrição das arteríolas

  • Desencadear a divisão simpática do sistema nervoso autônomo

  • Desencadear a liberação de dois outros hormônios, aldosterona e vasopressina (também chamada hormônio antidiurético), que fazem com que os rins aumentem a retenção de sódio e de água

Os rins normalmente produzem substâncias que fazem com que as arteríolas dentro do rim se dilatem. Isso ajuda a equilibrar os efeitos dos hormônios que causam a constrição das arteríolas.

A pressão arterial varia naturalmente ao longo da vida de uma pessoa. Bebês e crianças normalmente têm pressão arterial muito mais baixa do que os adultos. Para quase todos os que vivem em países industrializados, como os Estados Unidos, a pressão arterial aumenta com o envelhecimento. A pressão sistólica aumenta até pelo menos a idade de 80 anos e a pressão diastólica aumenta até a idade de 55 a 60 anos e, então, ambas se estabilizam ou até diminuem. No entanto, para pessoas que vivem em algumas regiões em que o consumo de sal é baixo e a atividade física é mais alta do que nos EUA, não ocorre o aumento da pressão diastólica nem sistólica com o envelhecimento e a hipertensão arterial é praticamente inexistente.

Regulação da pressão arterial: O sistema renina-angiotensina-aldosterona

O sistema renina-angiotensina-aldosterona trata-se de uma série de reações concebidas para ajudar a regular a pressão arterial.

  • Quando a pressão arterial cai (no caso da pressão sistólica, para 100 mm Hg ou menos), os rins liberam a enzima renina na corrente sanguínea.

  • A renina se divide o angiotensinogênio, uma grande proteína que circula na corrente sanguínea, em partes. Uma parte é a angiotensina I.

  • A angiotensina I, que se mantém relativamente inativa, é dividida em partes pela enzima de conversão da angiotensina (ECA). Uma parte é a angiotensina II, um hormônio que é muito ativo.

  • A angiotensina II faz com que as paredes musculares das pequenas artérias (arteríolas) se contraiam, aumentando a pressão arterial. A angiotensina II também provoca a liberação do hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e da vasopressina (hormônio antidiurético) pela hipófise.

  • A aldosterona e a vasopressina fazem com que os rins retenham sódio (sal). A aldosterona também faz com que os rins excretem potássio. O aumento de sódio faz com que a água seja retida, aumentando, assim, o volume de sangue e a pressão arterial.

Regulação da pressão arterial: O sistema renina-angiotensina-aldosterona

A atividade afeta temporariamente a pressão arterial, que é mais elevada quando uma pessoa está ativa e mais baixa enquanto uma pessoa descansa. A pressão arterial também varia com o período do dia: Ela é mais alta na parte da manhã e mais baixa à noite, durante o sono. Essas variações são normais. Sempre que uma alteração provoca um aumento transitório na pressão arterial, um dos mecanismos de compensação do corpo é desencadear uma ação oposta e manter a pressão arterial em níveis normais. Por exemplo, um aumento na quantidade de sangue bombeado pelo coração, o que tende a aumentar a pressão arterial, provoca a dilatação dos vasos sanguíneos bem como um aumento na excreção de sódio e água pelos rins, o que tende a reduzir a pressão arterial.

Causas de hipertensão arterial

A hipertensão arterial pode ser

  • Primária

  • Secundária

Hipertensão primária

A hipertensão arterial sem causa conhecida (anteriormente chamada essencial) é chamada hipertensão primária. Cerca de 85% das pessoas com hipertensão arterial têm hipertensão primária.

Várias alterações no coração e nos vasos sanguíneos provavelmente se associam para aumentar a pressão arterial. Por exemplo, a quantidade de sangue bombeado por minuto (débito cardíaco) pode estar aumentada e a resistência ao fluxo de sangue também pode estar aumentada, pois os vasos sanguíneos sofrem constrição. O volume de sangue pode estar aumentado também. As razões para tais alterações não são totalmente conhecidas, mas parecem envolver uma anormalidade hereditária que afeta a constrição das arteríolas, o que ajuda a controlar a pressão arterial.

Outras alterações podem contribuir para o aumento da pressão arterial, incluindo a acumulação de quantidades excessivas de sódio dentro das células e a redução da produção de substâncias que dilatam as arteríolas.

Hipertensão secundária

A hipertensão arterial com causa conhecida é chamada de hipertensão secundária. Cerca de 15% das pessoas com hipertensão arterial têm hipertensão secundária.

Em muitas dessas pessoas, a hipertensão arterial deriva de

  • Uma doença renal

Muitos distúrbios renais podem causar hipertensão arterial, pois os rins são importantes no seu controle. Por exemplo, lesões renais resultantes de inflamação ou outros distúrbios podem prejudicar sua capacidade de remover sódio e água suficiente do corpo, aumentando o volume de sangue e a pressão arterial. Outras doenças renais que provocam hipertensão arterial incluem estenose da artéria renal Bloqueio das artérias renais O estreitamento gradual (estenose) ou o bloqueio total e súbito (oclusão) podem afetar as artérias que suprem o rim direito ou esquerdo, suas ramificações ou uma combinação deles. Pode resultar... leia mais (estreitamento da artéria que irriga um dos rins) que pode ser decorrente de aterosclerose Aterosclerose A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de material gorduroso (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte... leia mais Aterosclerose , infecção renal Infecção renal A pielonefrite é uma infecção bacteriana de um ou de ambos os rins. A infecção pode espalhar-se do trato urinário para os rins ou, pouco frequentemente, os rins podem ser infectados através... leia mais (pielonefrite), glomerulonefrite Glomerulonefrite A glomerulonefrite é um distúrbio de glomérulos (aglomerações de vasos sanguíneos microscópicos nos rins com pequenos poros através dos quais o sangue é filtrado). É caracterizada pelo inchaço... leia mais , tumores renais Câncer renal A maior parte dos tumores sólidos do rim é cancerosa, mas geralmente os que contêm líquido (cistos) não o são. Quase todos os cânceres de rim são carcinomas de células renais. Outro tipo de... leia mais , doença do rim policístico Doença renal policística (DRP) A doença renal policística é um distúrbio hereditário no qual muitas bolsas preenchidas com líquidos (cistos) se formam em ambos os rins. Os rins aumentam, mas apresentam menos tecido em funcionamento... leia mais , lesão em um rim e radioterapia que afete o rim.

Em outras pessoas, a hipertensão secundária é causada por outro distúrbio, como

  • Distúrbios hormonais

  • Uso de certos medicamentos

Entre as substâncias que podem causar ou agravar a hipertensão arterial incluem-se álcool (uso excessivo), drogas estimulantes (p. ex., anfetaminas, cocaína), medicamentos como corticosteroides, anti-inflamatórios não esteroides (AINES), contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais) e simpatomiméticos (certos descongestionantes em remédios para gripe, como pseudoefenedrina e fenilefrina) e alcaçuz.

A arteriosclerose Arteriosclerose A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de material gorduroso (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte... leia mais Arteriosclerose interfere no controle da pressão arterial pelo organismo, aumentando o risco de hipertensão arterial. Na arteriosclerose, as artérias tornam-se rígidas, impedindo a sua dilatação, o que de outro modo faria com que a pressão arterial retornasse a níveis normais.

Fatores que contribuem

A obesidade Obesidade Obesidade é o excesso de gordura corporal. A obesidade é influenciada por uma combinação de fatores, que normalmente resultam no consumo de mais calorias do que o corpo precisa. Esses fatores... leia mais Obesidade , o sedentarismo, o estresse, o tabagismo e quantidades excessivas de álcool ou sódio na dieta podem desempenhar um papel no desenvolvimento da hipertensão arterial em pessoas que têm uma tendência hereditária para desenvolvê-la. Além disso, a apneia do sono Apneia do sono A apneia do sono é uma doença grave em que a respiração para repetidamente por tempo suficiente para interromper o sono e, muitas vezes, diminui temporariamente a quantidade de oxigênio e aumenta... leia mais Apneia do sono pode contribuir para a hipertensão arterial existente ou agravá-la.

O estresse tende a causar aumento da pressão arterial temporariamente, mas a pressão arterial geralmente retorna ao normal assim que o estresse termina. Um exemplo é a “hipertensão do jaleco branco”, na qual o estresse de ir ao consultório médico faz com que a pressão arterial aumente até um nível considerado elevado ou mesmo um nível de hipertensão arterial. Esses aumentos temporários são uma das razões pelas quais os médicos agora medem a pressão arterial várias vezes em várias consultas diferentes antes de fazer o diagnóstico de hipertensão arterial. Uma leitura alta dentre várias medições pode ser devido ao estresse, mas se a pressão arterial for consistentemente alta, não é prudente atribui-la ao estresse.

A ansiedade Considerações gerais sobre transtornos de ansiedade A ansiedade é uma sensação de nervosismo, preocupação ou desconforto, sendo uma experiência humana normal. Ela também está presente em uma ampla gama de problemas de saúde mental, incluindo... leia mais também pode causar hipertensão arterial e os médicos podem determinar se o tratamento para a ansiedade é apropriado, o que, por sua vez, pode reduzir a pressão arterial da pessoa.

Sintomas de hipertensão arterial

Na maioria das pessoas, a hipertensão arterial não causa sintomas, apesar da ocorrência concomitante de determinados sintomas que são ampla, porém erroneamente, atribuídos à hipertensão arterial (como dores de cabeça, sangramentos nasais, tonturas, rubor facial e fadiga). Pessoas com hipertensão arterial podem apresentar esses sintomas, mas tais sintomas ocorrem com a mesma frequência em pessoas com pressão arterial normal.

No entanto, em alguns casos, quando a elevação da pressão arterial é grave (definida como pressão arterial sistólica 180 mmHg e/ou pressão arterial diastólica 120 mmHg) e não tratada, ela pode resultar em sintomas causados por danos ao cérebro, olhos, coração e rins. As pessoas que desenvolvem esses sintomas e têm pressão arterial muito elevada têm uma emergência hipertensiva e precisam de tratamento de emergência. Os sintomas podem incluir náuseas, vômitos, falta de ar, inquietação e dor de cabeça incomum ou inexplicável, ou fadiga. Ocasionalmente, a hipertensão arterial grave poder fazer com que o cérebro inche, resultando em náusea, vômito, piora da dor de cabeça, sonolência, confusão, convulsões, sonolência e até mesmo coma. Esse quadro clínico é chamado encefalopatia hipertensiva.

A hipertensão arterial grave aumenta a carga de trabalho do coração e pode causar dor torácica e/ou falta de ar. Às vezes, a pressão arterial muito alta faz com que a grande artéria que transporta o sangue oriundo do coração (a aorta) se rompa Dissecção aórtica Uma dissecção aórtica é um distúrbio frequentemente fatal em que a camada interna (revestimento) da parede aórtica se rompe e se separa da camada intermediária da parede aórtica. A maior parte... leia mais , causando dor torácica ou abdominal.

Se a hipertensão arterial for devido a um feocromocitoma Feocromocitoma Um feocromocitoma é um tumor que normalmente se origina das células cromafins das glândulas adrenais, o que provoca a superprodução de catecolaminas, hormônios potentes que causam hipertensão... leia mais , os sintomas podem incluir dor de cabeça intensa, ansiedade, sensação de frequência cardíaca rápida ou irregular (palpitações), transpiração excessiva, tremores e palidez. Esses sintomas são decorrentes de altos níveis dos hormônios epinefrina e norepinefrina, que são secretados pelo feocromocitoma.

Você sabia que...

  • Alguns sintomas, como dores de cabeça, sangramento nasal, tontura, rubor facial e fadiga são comumente atribuídos à hipertensão arterial, mas, na verdade, ocorrem com a mesma frequência em pessoas que não têm hipertensão arterial.

Complicações da hipertensão arterial

A hipertensão arterial de longa duração pode danificar o coração e os vasos sanguíneos e aumenta o risco de

Se a hipertensão arterial for prolongada, o coração aumenta de tamanho e suas paredes ficam mais espessas, pois ele tem que trabalhar com mais força para bombear sangue. As paredes espessas são mais rígidas do que o normal. Consequentemente, câmaras do coração não expandem normalmente e se enchem de sangue com menos eficiência, aumentando ainda mais a carga de trabalho do coração. Essas alterações no coração podem resultar em ritmos cardíacos anormais Considerações gerais sobre arritmias cardíacas Arritmias cardíacas são sequências de batimentos cardíacos irregulares, muito rápidos ou muito lentos, ou que percorrem o coração por vias anormais de condução elétrica. As arritmias cardíacas... leia mais Considerações gerais sobre arritmias cardíacas ou insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca (IC) Insuficiência cardíaca é um distúrbio em que o coração não consegue suprir as necessidades do corpo, causando redução do fluxo sanguíneo, refluxo (congestão) de sangue nas veias e nos pulmões... leia mais Insuficiência cardíaca (IC) .

A hipertensão arterial provoca o espessamento das paredes dos vasos sanguíneos e também os torna mais propensos a desenvolverem enrijecimento das artérias (aterosclerose Aterosclerose A aterosclerose é um quadro clínico no qual depósitos irregulares de material gorduroso (ateromas ou placas ateroscleróticas) se desenvolvem nas paredes das artérias de médio e grande porte... leia mais Aterosclerose ). Pessoas com espessamento das paredes dos vasos sanguíneos e aterosclerose correm mais risco de acidente vascular cerebral, ataque cardíaco, demência vascular e insuficiência renal. Acidente vascular cerebral e ataque cardíaco estão incluídos na categoria de doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA).

Diagnóstico de hipertensão arterial

  • Medição da pressão arterial

Para as leituras mais precisas, aquelas que são usadas para diagnosticar uma pessoa com hipertensão arterial em oposição a uma verificação casual, os médicos seguem um protocolo ao medir a pressão arterial (consulte ). A pressão arterial é medida após uma pessoa ficar sentada durante cinco minutos. A pessoa não deve ter praticado exercícios, tomado cafeína ou fumado durante pelo menos trinta minutos antes da medição. Uma leitura de 130/80 mm Hg ou superior é considerada alta, mas o diagnóstico não pode ser baseado em uma única leitura. Às vezes, mesmo várias leituras altas não são suficientes para fazer o diagnóstico, pois as leituras podem variar muito. Se uma pessoa tiver uma leitura inicial alta, a pressão arterial é medida novamente durante a mesma consulta e, em seguida, é medida duas vezes em pelo menos outros dois dias para comprovar que a hipertensão arterial ainda está presente.

Medição da pressão arterial

Vários instrumentos podem medir a pressão arterial de forma rápida e com pouco desconforto. Geralmente, é usado esfigmomanômetro. Esse instrumento é composto por um manguito de borracha macia ligado a um bulbo de borracha que é utilizado para insuflar o manguito e um registro que mede a pressão do manguito. O registro pode ter um mostrador redondo, um medidor digital ou uma coluna de vidro preenchida com mercúrio. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mm Hg) porque o primeiro instrumento usado para medir pressão foi uma coluna de mercúrio.

Quando um esfigmomanômetro é usado, a pessoa se senta com as pernas descruzadas e as costas apoiadas. Um dos braços é descoberto (se uma manga for dobrada, é necessário cuidado para assegurar que ela não esteja apertada em torno do braço), flexionado e apoiado sobre uma mesa, de modo que o braço fique aproximadamente no mesmo nível que o coração. O manguito é enrolado em torno do braço. Usar um manguito proporcional ao tamanho do braço é importante. Se o manguito for demasiado pequeno, a leitura da pressão arterial é muito alta. Se o manguito for demasiado grande, a leitura é muito baixa.

Ao mesmo tempo em que ouve com um estetoscópio colocado sobre a artéria abaixo do manguito, um profissional de saúde infla o manguito apertando a bomba até o manguito comprimir a artéria com força suficiente para parar temporariamente o fluxo de sangue, geralmente até uma pressão aproximadamente 30 mm Hg maior do que a pressão sistólica (a pressão exercida quando o coração bate) normal da pessoa. Em seguida, o manguito é esvaziado gradualmente. A pressão na qual o profissional ouve a pulsação pela primeira vez na artéria é a pressão sistólica. O manguito continua sendo esvaziado e, em algum momento, o som do sangue fluindo para. A pressão nesse momento é a pressão diastólica (a pressão exercida quando o coração relaxa, entre batimentos).

Alguns instrumentos podem medir a pressão arterial automaticamente, sem o uso de um estetoscópio ou bulbo de borracha. Esses dispositivos podem ser posicionados na parte superior do braço, dedo ou no pulso. Para as pessoas com idade superior a 50 anos, a pressão arterial medida na parte superior do braço é a mais precisa. Às vezes, uma medição precisa da pressão arterial é necessária — por exemplo, para uma pessoa em uma unidade de terapia intensiva. Em tais casos, um cateter pode ser inserido no interior de uma artéria para medir diretamente a pressão arterial.

Instrumentos para medir a pressão arterial estão disponíveis para uso doméstico por pessoas que têm hipertensão arterial.

Medição da pressão arterial

Se ainda houver dúvida, um monitor de pressão arterial de 24 horas pode ser usado. Trata-se de um dispositivo portátil com bateria usado na cintura conectado a um manguito de pressão arterial usado no braço. Esse monitor registra repetidamente a pressão arterial ao longo do dia e da noite por um período de 24 ou 48 horas. As leituras determinam não apenas se a hipertensão arterial está presente, mas também sua gravidade.

A pseudo-hipertensão, pressão arterial que tem medição alta quando na verdade não está aumentada, ocorre em pessoas com artérias muito rígidas (mais comumente, pessoas mais velhas). Isso ocorre quando a artéria do braço fica demasiado rígida para ser comprimida pelo manguito de pressão arterial e, como resultado, a pressão arterial não pode ser medida com precisão.

A hipertensão mascarada ocorre quando a pressão arterial é medida como normal quando está elevada. A hipertensão mascarada afeta até 10% das pessoas que têm hipertensão arterial. Pode ser impossível reconhecer este tipo de hipertensão arterial, a menos que a pressão arterial seja medida em casa ou se houver suspeita de que uma complicação (por exemplo, insuficiência cardíaca Insuficiência cardíaca (IC) Insuficiência cardíaca é um distúrbio em que o coração não consegue suprir as necessidades do corpo, causando redução do fluxo sanguíneo, refluxo (congestão) de sangue nas veias e nos pulmões... leia mais Insuficiência cardíaca (IC) ) foi causada por hipertensão arterial.

Após a hipertensão arterial ser diagnosticada, geralmente são avaliados seus efeitos em órgãos importantes, especialmente nos vasos sanguíneos, coração, cérebro, olhos e rins. Os médicos também procuram a causa da hipertensão arterial. O número e o tipo de testes que são feitos para procurar lesões em órgãos e para determinar a causa da hipertensão arterial podem variar de pessoa para pessoa. Em geral, a avaliação de rotina para todas as pessoas com hipertensão arterial envolve avaliação do histórico clínico Histórico clínico e exame físico para verificar distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos O histórico médico e o exame físico podem sugerir que uma pessoa tem uma doença cardíaca ou dos vasos sanguíneos que requer mais testes para o diagnóstico preciso. Quando os médicos “levantam... leia mais Histórico clínico e exame físico para verificar distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos , exame físico Histórico clínico e exame físico para verificar distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos O histórico médico e o exame físico podem sugerir que uma pessoa tem uma doença cardíaca ou dos vasos sanguíneos que requer mais testes para o diagnóstico preciso. Quando os médicos “levantam... leia mais Histórico clínico e exame físico para verificar distúrbios do coração e dos vasos sanguíneos , eletrocardiograma Eletrocardiograma O eletrocardiograma (ECG) é um procedimento rápido, simples e indolor no qual os impulsos elétricos do coração são amplificados e registrados. Esse registro, o eletrocardiograma (também conhecido... leia mais Eletrocardiograma (ECG), exames de sangue (incluindo nível de hematócrito [a parcela do volume total de sangue composta por hemácias], níveis de sódio e potássio, bem como testes de função renal Testes de função renal Os médicos podem avaliar a função renal realizando exames nas amostras de sangue e de urina. A creatinina, um resíduo, está aumentada no sangue quando a função renal está muito diminuída. A... leia mais ) e exames de urina.

O exame físico inclui a verificação da área do abdômen sobre os rins para verificar a presença de sensibilidade e colocar um estetoscópio sobre o abdômen para verificar a presença de ruído de sopro (som causado pelo sangue correndo através de uma artéria estreitada) na artéria que supre cada um dos rins.

A retina em cada olho é examinada com um oftalmoscópio Oftalmoscopia Uma pessoa com sintomas nos olhos deve ser examinada por um médico. No entanto, algumas doenças oculares causam poucos ou nenhum sintoma nos estágios iniciais, por isso os olhos devem ser examinados... leia mais . A retina é o único lugar em que os médicos podem visualizar diretamente os efeitos da hipertensão arterial nas arteríolas. A suposição é de que as alterações nas arteríolas da retina sejam semelhantes às alterações em arteríolas e outros vasos sanguíneos em outras partes do corpo, como nos rins. Ao determinar o grau de lesões na retina (retinopatia hipertensiva Retinopatia hipertensiva ), os médicos podem classificar a gravidade da hipertensão arterial.

Um estetoscópio é usado para detectar os sons cardíacos. Uma das primeiras alterações no coração causadas pela hipertensão arterial é um som cardíaco anormal chamado quarta bulha cardíaca. Esse som se desenvolve porque o átrio esquerdo do coração precisa contrair com mais esforço para preencher o ventrículo esquerdo enrijecido e aumentado, que bombeia o sangue para todo o corpo, exceto para os pulmões.

A lesão renal pode ser detectada por testes de urina e sangue. Os testes de urina podem detectar os primeiros indícios de lesão renal. A presença de células sanguíneas e albumina (a proteína mais abundante no sangue) na urina pode indicar tal lesão. Em geral, as pessoas só desenvolvem sintomas de lesão renal (como letargia, falta de apetite e fadiga) até muito mais tarde, quando grande parte da função renal tiver sido perdida.

O diagnóstico da causa

Quanto maior for a pressão arterial e mais jovem a pessoa, mais extensa deverá ser a busca por uma causa e esta pode ser identificada em menos de 10% das pessoas. Uma avaliação mais extensa pode incluir radiografias, ultrassonografia e outros exames de imagem dos rins e de seu suprimento de sangue, bem como uma radiografia de tórax. Exames de sangue e urina são feitos para medir os níveis de certos hormônios, como a epinefrina, aldosterona e cortisol.

A causa pode ser sugerida por resultados anormais de um exame físico ou pelos sintomas. Por exemplo, um sopro (som anormal que o médico ouve com um estetoscópio) na artéria que irriga um rim pode sugerir estenose da artéria renal Bloqueio das artérias renais O estreitamento gradual (estenose) ou o bloqueio total e súbito (oclusão) podem afetar as artérias que suprem o rim direito ou esquerdo, suas ramificações ou uma combinação deles. Pode resultar... leia mais (estreitamento da artéria que irriga um rim).

Várias combinações de sintomas podem sugerir altos níveis dos hormônios epinefrina e norepinefrina produzidos por um feocromocitoma Feocromocitoma Um feocromocitoma é um tumor que normalmente se origina das células cromafins das glândulas adrenais, o que provoca a superprodução de catecolaminas, hormônios potentes que causam hipertensão... leia mais . A presença de um feocromocitoma é confirmada quando os produtos de degradação desses hormônios são detectados na urina.

Outras causas raras de hipertensão arterial podem ser detectadas por alguns exames de rotina. Por exemplo, a medição do nível de potássio no sangue pode ajudar a detectar hiperaldosteronismo Hiperaldosteronismo No hiperaldosteronismo, a superprodução do hormônio aldosterona causa a retenção de líquidos e o aumento da pressão arterial, fraqueza e, raramente, períodos de paralisia. O hiperaldosteronismo... leia mais .

Tratamento de hipertensão arterial

  • Dieta e exercícios

  • Medicamentos para reduzir a pressão sanguínea

A hipertensão primária não pode ser curada, mas pode ser controlada para que sejam evitadas complicações. Toda pessoa com pressão arterial elevada ou com hipertensão em qualquer estágio deve mudar seu estilo de vida. A decisão de prescrever medicamentos depende do nível real da pressão arterial e de a pessoa ter doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) ou mais de 10% de risco de desenvolvê-la nos próximos dez anos.

Tabela

Os médicos geralmente recomendam que as pessoas com hipertensão arterial monitorem sua própria pressão arterial em casa. O automonitoramento provavelmente ajuda a motivar as pessoas a seguirem as recomendações médicas a respeito do tratamento.

Objetivos do tratamento

O objetivo da terapia anti-hipertensiva é reduzir a pressão arterial para que fique abaixo de 130/80 mm Hg na maioria das pessoas. Entretanto, se a diminuição da pressão arterial para menos de 130/80 mm Hg fizer com que a pessoa apresente sintomas como desmaio, vertigem, perda de memória ou tontura, os médicos podem recomendar uma meta de pressão arterial mais alta, mas não superior a 140/90. Para algumas pessoas, por exemplo, as que correm alto risco de doença cardíaca, pode ser adequada uma meta sistólica menor.

Alterações no estilo de vida

Alterações no estilo de vida são importantes para todas as pessoas com hipertensão.

Pessoas com sobrepeso e hipertensão arterial são aconselhadas a perderem peso. Perder apenas 4,5 kg pode reduzir a pressão arterial. Para as pessoas com obesidade, diabetes ou níveis elevados de colesterol, alterações na dieta (para uma que seja rica em frutas, verduras e laticínios com baixo teor de gordura, com teor reduzido de gordura saturada e gordura total) são importantes para reduzir o risco de doenças do coração e dos vasos sanguíneos.

Limitar a ingestão de álcool e de sódio (mantendo-se, ao mesmo tempo, uma ingestão adequada de cálcio, magnésio e potássio) pode tornar a terapia medicamentosa para a hipertensão arterial desnecessária. O consumo diário de álcool não deve exceder dois drinks (um total diário de aproximadamente um litro de cerveja, 240 mililitros de vinho ou 60 mililitros de uísque ou outro destilado) para homens e uma dose para mulheres. É ideal que se reduza o consumo diário de sódio para menos de 1.500 miligramas ou menos de 3,75 gramas de cloreto de sódio (sal).

Praticar exercícios aeróbicos moderados é útil. Pessoas com hipertensão primária não precisam restringir sua atividade física, desde que a sua pressão arterial seja controlada. A prática regular de exercícios ajuda a reduzir a pressão arterial e o peso e melhora o funcionamento do coração e a saúde em geral (consulte Benefícios do exercício Benefícios do exercício O exercício praticado com regularidade fortalece o coração e os pulmões, já que permite ao sistema cardiovascular fornecer mais oxigênio ao corpo a cada batimento cardíaco e aumentar a quantidade... leia mais ).

As pessoas devem dormir adequadamente. Dormir mais de seis horas por noite pode ajudar as pessoas a manter o controle da sua pressão arterial.

Medicamentos

Os medicamentos que são utilizados no tratamento de hipertensão arterial são chamados anti-hipertensivos. Com a grande variedade de anti-hipertensivos disponíveis, a hipertensão arterial pode ser controlada em quase qualquer pessoa, mas, o tratamento tem de ser adaptado ao indivíduo. O tratamento é mais eficaz quando a pessoa e o médico se comunicam bem e colaboram com o programa de tratamento.

Diferentes tipos de anti-hipertensivos reduzem a pressão arterial através de diferentes mecanismos, assim, há várias estratégias de tratamento possíveis. Para algumas pessoas, os médicos usam uma abordagem medicamentosa em etapas: Eles começam com um tipo de anti-hipertensivo e acrescentam outros, se necessário. Para outras pessoas, os médicos acreditam que uma abordagem sequencial é preferível: Eles prescrevem um anti-hipertensivo e, se este for ineficaz, eles o interrompem e prescrevem outro tipo. Para as pessoas com pressão arterial igual ou acima de 140/90 mmHg, normalmente são iniciados dois medicamentos ao mesmo tempo. Na escolha de um anti-hipertensivo, os médicos consideram fatores como

  • A idade, o sexo e, às vezes, a etnia da pessoa

  • A gravidade da hipertensão arterial

  • A presença de outros quadros clínicos, como diabetes ou níveis elevados de colesterol no sangue

  • Possíveis efeitos colaterais, que variam dependendo do medicamento

  • Os custos dos medicamentos e dos testes necessários para verificar a existência de certos efeitos colaterais

Muitas pessoas precisam de dois ou mais medicamentos para atingir sua meta de pressão arterial.

A maioria das pessoas tolera os medicamentos anti-hipertensivos prescritos sem problemas. No entanto, qualquer medicamento anti-hipertensivo pode causar efeitos colaterais. Então, caso se desenvolvam efeitos colaterais, a pessoa deve dizer ao médico que pode ajustar a dose ou substituir o medicamento por outro. Normalmente, um medicamento anti-hipertensivo deve ser tomado indefinidamente para controlar a pressão arterial.

Tratamento de hipertensão secundária

A causa da hipertensão arterial é tratada, se possível. O tratamento de doença renal pode, às vezes, normalizar a pressão arterial ou, pelo menos, reduzi-la, de modo que a terapia anti-hipertensiva se torna mais eficaz. Uma artéria estreitada que alimenta o rim pode ser alargada através da inserção de um cateter com balão na ponta e inflação do balão (angioplastia Intervenção coronariana percutânea A doença arterial coronariana é um quadro clínico no qual o suprimento de sangue para o músculo cardíaco é bloqueado parcial ou completamente. O músculo cardíaco precisa de um fornecimento constante... leia mais Intervenção coronariana percutânea ). Ou a parte estreitada da artéria que alimenta o rim pode ser contornada. Muitas vezes, a hipertensão arterial se resolve após esse tipo de cirurgia. Os tumores que causam hipertensão arterial, como o feocromocitoma Feocromocitoma Um feocromocitoma é um tumor que normalmente se origina das células cromafins das glândulas adrenais, o que provoca a superprodução de catecolaminas, hormônios potentes que causam hipertensão... leia mais , geralmente podem ser removidos cirurgicamente.

Se as pessoas ainda tiverem hipertensão arterial apesar de usar três medicamentos diferentes, os médicos na Europa e Austrália às vezes inserem um cateter na artéria que irriga cada um dos rins. O cateter produz ondas de rádio que destroem os nervos simpáticos ao longo das artérias renais. Não está claro se esse tratamento previne complicações da hipertensão arterial. Este tratamento não está disponível nos Estados Unidos.

Outro tratamento para pressão arterial elevada é chamado terapia de marca-passo. Um eletrodo é implantado no pescoço onde estimula certas terminações nervosas que ajudam a regular a pressão arterial. Este tratamento não está disponível nos Estados Unidos, mas está disponível na Europa e no Canadá. Não está claro se este tratamento deve ser recomendado.

Tratamento de urgências e emergências hipertensivas

Em emergências hipertensivas, a pressão arterial deve ser reduzida rapidamente. Emergências hipertensivas são tratadas em unidades de terapia intensiva hospitalares. A maioria dos medicamentos utilizados para reduzir a pressão arterial rapidamente, como fenoldopam, nitroprussiato, nicardipino ou labetalol, é administrada por via intravenosa.

Prognóstico de hipertensão arterial

A hipertensão arterial não tratada aumenta o risco de uma pessoa desenvolver doenças cardíacas (como insuficiência cardíaca, ataque cardíaco ou morte cardíaca súbita), insuficiência renal ou acidente vascular cerebral em uma idade precoce. A hipertensão arterial é o fator de risco mais importante para acidente vascular cerebral. É também um dos três fatores de risco mais importantes para ataque cardíaco que uma pessoa pode modificar (os outros dois são fumar e níveis elevados de colesterol no sangue).

O tratamento que reduz a hipertensão arterial diminui muito o risco de acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. Esse tratamento também pode reduzir o risco de um ataque cardíaco, embora não tão drasticamente.

Mais informações

Os seguintes recursos em inglês podem ser úteis. Vale ressaltar que O MANUAL não é responsável pelo conteúdo deste recurso.

OBS.: Esta é a versão para o consumidor. MÉDICOS: VISUALIZAR A VERSÃO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE
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